sábado, 10 de abril de 2010

Memento Mori

      
  
Lembra-te pois, que da morte não se foge:
Aceita em vida a Indesejável!
O ser Macabro , o ser mais forte.

Paciente, aguarde a Inevitável.   

Cá por dentro sinto cheiro de resina.
Ao Longe, um céu pós tempestade.
Cinza e negra, minha alma se resigna
Perante sua inutilidade.       


A inútil matéria que se indigna
Em vão com sua sociedade
Em vis grilhões se confina,
Erguendo sua própria majestade. 


Por medo dela mesma, se aprisiona.
Se esconde, contorcida, de outros seres.
Lutando contra si, renega a sina
Em meio ao fogo-fátuo dos cadáveres. 


A noite em tal alma é bem mais longa;
Duas vezes doze horas dura,
E sete vezes isto, na semana encontra
Dor no peito e a propria alma escura.




Quão triste é lembrar que da morte não há fuga! 

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